segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sobre o agora.

E ela só conseguia repetir para si mesma "a vida deve ser algo mais e eu que não estou captando". Parecia ser a única forma de se convencer que havia uma saída, um porquê pr'aquilo tudo, um porém naquele vendaval. Ela queria - mesmo! - acreditar que era uma fase, um sonho, um pesadelo, na verdade. Mas não importava quantos beliscões levasse, nunca despertava. Para os outros, era só um exagero, aparentemente ela tinha a vida tranquila, serena, beirando a se considerar perfeita. Para os outros, tudo nela parecia fácil, montável e até mesmo remontável.
Um sintoma forte e preciso de angústia a tomara nos últimos meses, ela queria realmente entender que faceta era essa que a vida estava querendo mostrá-la. Queria decifrar, mas parecia que lia ideogramas japoneses sem parar e também sem compreender. Um excesso de informações que perpassavam, e delas nada conseguia reter.
De quando em vez, imaginava caminhar ao longo de um canal profundo, à beira do mundo, como um marginal que vaga pela madrugada procurando abrigo ou pelo menos um contorno com algo mais.

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