domingo, 12 de dezembro de 2010

má temática.

Se amar fosse um problema, ela não estaria daquele jeito. Ela que é acostumada a encontrar soluções e mais soluções para todos os problemas, arranjou um problema que não era problema, sendo assim ficou sem óbvias soluções. As coisas, para ela, são exatas, por isso quis prestar vestibular para matemática. Mas da matemática nada pode utilizar além dos sinais somáticos, divisórios e corporais. E agora ela só podia pensar que se a vida fosse menos injusta, ou até menos curta, poderia superar a banalidade do sentir e do estar afixada em alguém, como um mural de fotos pregado com alfinetes, não imãs.

O defeito do amor não estava nele em si, no ato de amar propriamente dito, mas, sim, na intensidade desse ato que se torna obsceno e obscuro, ao passo que não deveria estar ali pensando nisso tudo e se permanece, não só pensando em tudo aquilo, mas praticando justamente o conjunto de coisas que sempre se renegou e se afastou de si.

O problema não está no mais e menos, o problema está no resultado, que não bate com a fórmula descrita no quadro negro com o giz branco e amarelo para destacar as etapas mais importantes do cálculo.

E é melhor pensar que esse tudo não passou de nada além do que deveria ser naquele instante entre sim e não e, por fim, um até logo sem delongas.

Continua?

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