segunda-feira, 5 de maio de 2014

Vinte e cinco anos.

Ela me disse que acreditava que continuar nem era escolha, já era obrigação. Me convenci, mas nem tanto, só que ficou um eco enorme na madrugada, eu pensando nisso e nela falando que fechar ciclos era só o início para uma mudança mais profunda. E eu concordei em sonhos, porque ao vivo não fui capaz de dizer sim ou não. Foi assim que pairou um talvez, com uma pitadinha de 'e se', que eu geralmente desconsidero, mas que, naquele momento, foi providencial, eu admito. Muito pouco faltou para eu sorrir, mas o sorriso veio sim, umas cinco horas depois, quando deitei para dormir e aquele meu trajeto tão amargo se misturou com a confiança dela num caminho mais próspero e eficaz daqui pra frente. Dormi mais tranquila e, confesso, meio bêbada, mas acordei numa ressaca moral de ter colocado pingos demais nos is, tanto que agora todos os is pareciam ter tremas. Deu duas da tarde e eu só me perguntava por onde que eu devia começar a retocar uma vida inteira de mais ou menos vinte e cinco anos.

Nenhum comentário: