segunda-feira, 20 de junho de 2011

All certo.

Ela sempre quis saber sobre sua incerteza, aquela que já nasceu com ela, que nunca a deixou, nem mesmo quando só havia um caminho. Uns diziam que era o signo – geminiana possuída que era –, outros diziam que era medo. E ela ficava na mesma: na dúvida. 
Escolher o que comer, o que vestir, o que falar, tudo era uma tortura e era diária. Qual teórico usar, qual disciplina cursar, qual menino namorar. Permanecia, assim, parada, inerte na dúvida de ir ou não ir, ser ou não ser. Mais que uma questão, era uma dúvida.
Desde pequena tinha problemas com alternativas.
- Sorvete ou pipoca?, não sabia!
Muitos se irritavam e diziam que ou ela escolhia ou não continuariam. Eles, portanto, não continuaram. Ou continuaram, quem não continuou, nesse balaio todo, foi sempre ela.
Começou a passar por chata, a que nunca se decide nem por si e nem por outros. Chegaram alguns que disseram que ela não tinha personalidade, a esses ela deu de ombros. Ela não decidia, mas também não se abalava.
De tanto permanecer, entendeu que decidiu. Sim, havia decidido, de alguma forma, estar ali. Mesmo que sem querer, ela já havia decidido.
Aí, pronto! Decidiu por não decidir mais por ficar.
Estava decidido, ela iria...

Um comentário:

Cinthia Belonia disse...

Tempos que não te lia... até esqueci o quanto é bom... e tão vc.