domingo, 25 de setembro de 2011

Sobre o encontro.

Ela que não queria tão cedo encontrá-lo. Ela que, na verdade, nem premeditava encontrá-lo, sua imaginação não era tamanha ao ponto de inventá-lo em pensamentos. Ele, ali, parecia algo incompreensível. Mas era, sim, ele mesmo. O mesmo que ela nunca havia visto nem mesmo em alucinações ou sonhos. Talvez por isso também que se tornava tão incompreensível para ela que sempre levava a vida no mais límpido planejamento, numa inesgotável previsão. Foi tomada de surpresa, palavra esta que nunca havia existido em seu vocabulário. Nem sabe se ficou de boca aberta, se seus olhos brilharam, se tudo que se passou in foi externado de forma sutil ou agressiva.
O que ficou evidente é que dali pra frente seria... E seria, assim por dizer, bom. Um bom que ela nunca havia experimentado, talvez porque só ele detinha esse dom de bom inigualável a qualquer outro. Pela primeira vez, rejeitou o futuro e se prendeu ao presente que a todo momento já insistia em se tornar passado, um qualquer obsoleto contra o que ela relutava, suplicava pelo arrastar dos minutos e das horas. Mas, apesar da impressão de longo e demorado, passaram-se quinze, talvez vinte minutos e, pronto, agora ele se punha a ir, devagar, com passos de quem quer permanecer mas não sabe como.
O beijo no rosto, o abraço inseparável e o sorriso despontando o ar: marca-passo de um sentimento estranho e avassalador. Ela sentou na grama, abraçou os joelhos como quem diz tudo bem e ficou tentando organizar em mente, como que em uma história em quadrinhos, todos os acontecimentos dos poucos e sofridos minutos lado a lado. Disso pouco entendeu. Parecia afeto novo que ela, talvez, precisasse sufocar até o próximo encontro. De encontro em enquanto, tudo, ela esperava, se tornaria um infinito reencontro - ou um inesperado desencontro, por fim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo, não sabia que a senhorita tinha um blog.
Vou passar por aqui sempre!