terça-feira, 27 de agosto de 2013

Soneto torto

De tudo o que se pode querer, só se quer mesmo o máximo
O conter não faz parte dos planos de ninguém, nem mesmo dos segundos planos
Meio sorriso, meio copo, meio pedaço
A metade não é o que te satisfaz

O querer parece exato quando por completo
Mas os quereres não controlados estão sempre pelas metades da vida, pelas beirolas dos anseios
Tenho aprendido a viver aos meios: meio-dia, meia-noite, meio-sol, meia-chuva
O meio pode ser agradável quando não se planeja nada grandioso

Do entra e traz, fica mesmo é o desgosto
Fica o velho, o rabugento, o intolerante que até parece tolerante meio ao caos da vida exata
Exatamente não te cai bem também, mas você insiste

Nonada, poesia
Estrutura só existe pra quem premedita as linhas e todos esses versos
Poesia mesmo só faço quando esgoto a prosa

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