quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Do tempo

Parece que foi ontem, mas de fato já ia completar um mês e vinte e três dias de lugar novo. A adaptação estava no mesmo patamar do primeiro dia: nenhuma. Mais do que estar disposto, é preciso sentir gosto por estar, mas ele ainda não havia percebido isso de verdade, ou evitava perceber.
Na comodidade de acreditar no efêmero, permanecia buscando cores nos prédios esguios do centro e retendo semáforos na memória para se convencer de que já era praticamente dali.
Mas, se reparassem no detalhe, havia sempre um desespero imenso pelo imediato, pelo não deixar para depois, como se o próximo segundo não o pertencesse de tal forma que não pudesse confiar nele para nada além da espera. Vivia de 'sim', que 'talvez' nenhum dá conta de findar desejos ou expectativas.

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